Posts com Tag ‘propinoduto tucano’

11.01.2016
Do portal DIARIO DE PERNAMBUCO
Por Agência Estado

Em outubro de 2002, a Petrobras comprou 58,62% das ações da Pérez Companc e 47,1% da Fundação Pérez Companc

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que a venda da empresa petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) de US$ 100 milhões. As informações constam de documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT/MS), ex-líder do governo no Senado.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que declarações “vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido (Francisco Gros), sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”.

O papel apreendido é parte do resumo das informações que Cerveró prestou à Procuradoria-Geral da República antes de fechar seu acordo de delação premiada. O documento foi apreendido no dia 25 de novembro, quando Delcídio foi preso sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador, que continua detido em Brasília, temia a delação de Cerveró. Neste documento, o ex-diretor não explica para quem teria ido a suposta propina ou quem teria feito o pagamento. Cerveró citou o nome “Oscar Vicente”, que seria ligado ao ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999).

“A venda da Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo FHC de US$ 100 milhões, conforme informações dos diretores da Pérez Companc e de Oscar Vicente, principal operador de Menem e, durante os primeiros anos de nossa gestão, permaneceu como diretor da Petrobrás na Argentina”, relatou Cerveró.

Em outubro de 2002, a Petrobras comprou 58,62% das ações da Pérez Companc e 47,1% da Fundação Pérez Companc. Na época, a Pecom, como é conhecida, era a maior empresa petrolífera independente da América Latina. A Petrobras, então sob o comando do presidente Francisco Gros, pagou US$ 1,027 bilhão pela Pérez Companc.

No documento, o ex-diretor citou valores que teriam feito parte da negociação. “Cada diretor da Pérez Companc recebeu US$ 1 milhão como prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente, US$ 6 milhões. Nós juntamos a Pérez Companc com a Petrobras Argentina e criamos a PESA (Petrobras Energia S/A) na Argentina.”

Cerveró já foi condenado na Lava Jato. Em uma das ações, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da operação na primeira instância, impôs 12 anos e 3 meses de prisão para ex-diretor da Petrobras. Em sua primeira condenação, Cerveró foi condenado a 5 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.

Defesa

“Não tenho a menor ideia da matéria. Na época o presidente da Petrobras era Francisco Gros, pessoa de reputação ilibada e sem qualquer ligação político-partidária. Afirmações vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido, sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”, afirmou Fernando Henrique Cardoso.
****
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2016/01/11/interna_politica,620686/cervero-cita-propina-de-us-100-milhoes-ao-governo-fhc-na-venda-da-per.shtml

05.01.2014
Do portal da Revista Carta Capital, 06.08.13
Por Redação

Vereador do PSDB teria recebido propina da empresa francesa Alstom, segundo inquérito enviado pela PF ao Ministério Público

Andre Matarazzo

Andrea Matarazzo nega as acusações

O vereador Andrea Matarazzo (PSDB), ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso e um dos líderes da oposição na Câmara Municipal de São Paulo, foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de corrupção passiva no que ficou conhecido como Caso Alstom. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com a Folha, a Polícia Federal encerrou em agosto de 2012 uma investigação feita com base em documentos do Ministério Público da Suíça a respeito das negociações da empresa francesa com o governo de São Paulo entre 1995 e 2003. Segundo a PF, afirma o jornal, uma troca de mensagens de 1997 mostra executivos da Alstom discutindo o pagamento de vantagens ao PSDB, à Secretaria de Energia e ao Tribunal de Contas.

O nome de Matarazzo não aparece como destinatário dos pagamentos, diz o jornal, mas a PF entendeu que ele foi um dos beneficiados porque foi secretário em 1998, ano em que um dos contratos com a empresa francesa foi assinado. De acordo com a Folha, este inquérito está com o Ministério Público Federal, que não se pronuncia sobre o tema pois está em vigor um segredo de justiça.

A CartaCapital, a Polícia Federal informou que há um segundo inquérito sobre possíveis crimes relacionados a obras ou serviços executados no metrô de São Paulo. As investigações ainda estão em andamento e também correm sob segredo de justiça.

Além de secretário estadual de Energia do governo Mario Covas (PSDB), Matarazzo presidiu a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) entre 1995 a 1998. Depois, deixou o governo estadual para ser ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo de FHC e embaixador do Brasil na Itália.

Em nota publicada em seu site oficial nesta terça-feira, Matarazzo afirma que não discutiu nem assinou “qualquer contrato ou aditivo que tenha sido ou esteja sendo investigado”. Segundo o vereador tucano, ele nunca teve “conhecimento nem sequer houve qualquer discussão em reunião do Conselho dessas empresas [de energia] sobre o referido aditivo de contrato durante aquele período”. Ainda segundo Matarazzo, “as atas das reuniões podem comprovar” que “o contrato original é de governos anteriores”.
Leia também

****
Fonte:http://www.cartacapital.com.br/politica/andrea-matarazzo-e-indiciado-por-corrupcao-diz-jornal-2789.html

29.12.2014
Do blog CONVERSA AFIADA
Por Paulo Henrique Amorim

Da Rede Brasil Atual:

Belluzzo critica ação dos cartéis da construção e da informação na crise

Economista diz que Dilma é uma das poucas pessoas por quem põe ‘a mão no fogo’. Para ele, presidenta é ‘atormentada’ por cartéis e o que ‘estão fazendo com a Petrobras é imperdoável’

São Paulo – “A economia brasileira tem os seus cartéis, dentre os quais os mais importantes são as empresas de construção”, diz o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp. Em entrevista ao Seu Jornal, da TVT, Belluzo afirma que a importância do setor de construção da economia – junto com a Petrobras responde por sete a nove pontos percentuais da taxa de investimentos no país – não exime os empresários do setor de serem punidos com o rigor da lei. “Estou defendendo as empresas, e não os empresários, os que cometeram malfeitos têm de cumprir o que a lei manda.”

Ele vê no entanto, que a crise da Petrobras envolve, além os casos de corrupção – que têm de ser investigados e solucionados para que a empresa se recupere –, questões geopolíticas externas e interesse internos: “Está lá no Congresso o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) clamando pela mudança do modelo de partilha para o modelo de concessão. Concessão é adequado para quando você vai descobrir as reservas de petróleo. Você não pode aplicar isso a reservas já descobertas, seria uma impropriedade. Isso envolve uma questão geopolítica, de interesse, no fundo, de se privatizar ao máximo a exploração do petróleo e tirar do controle da Petrobras”, observa. “Por isso o caso da Petrobras é muito grave. Isso que foi feito é imperdoável, porque fragiliza muito a empresa.”

O economista se solidariza com a presidenta Dilma Rousseff: “É uma das poucas pessoas pelas quais eu ponho a mão no fogo. Eu sei que ela deve estar atormentada e é inacreditável que tentem imputar a ela alguma coisa parecida com corrupção”, diz. E faz uma referência à atuação da imprensa brasileira. “A imprensa brasileira é um cartel. Um cartel da informação, o que é grave para um país que quer avançar na democracia, na melhoria dos padrões de convivência. É preciso diversificar os meios de comunicação e não permitir que o cartel continue operando. E o cartel está operando.”
*****
Fonte:http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/12/29/belluzzo-crime-do-petrolao-e-o-cartel/